Uma visão panorâmica, detalhada e delineada da Carta aos Romanos desvelará suas profundidade antes que apenas descrever as cenas aparentemente simples que têm cativado os corações dos crentes em todas as épocas. Tal visão deve ressaltar o pensamento básico de que esta Carta fala da vinda de Cristo para dentro da humanidade por meio da encarnação de modo a trazer Deus para dentro da humanidade para produzi-lo um lugar de habitação mútua para Ele, o Deus Triuno e Seu povo redimido e através do seu testemunho.
A Problemática parte de que a história da Igreja de Deus tem sido sempre, desde a era apostólica até o presente, a história da graça divina, derramada como uma dádiva, no meio dos erros dos homens. A fidelidade do Altíssimo e sua compreensão das nossas limitações é algo tremendo, onde tudo parece que a história se repete entre conversão humana e sua apostasia em vários níveis de causas e efeitos. Podemos observar que hoje os cuidados desse mundo, concentrado e disseminado através das propagandas de sedução de massa e consumista nos meios de comunicação tem se associado estrategicamente à uma teologia da prosperidade em que os cristãos hoje buscam os bens materiais acima das bênçãos espirituais ou do desejo da comunhão com o próprio Deus. Dessa forma, a igreja deixa as suas primeiras obras e o seu primeiro amor e alguns que tinham principiado pelo espírito, procuram depois ser aperfeiçoados pela carne. Dando mau testemunho e escandalizando de Jesus muitas vezes de forma irreversível nos corações dos não crentes. Dessa forma, partindo da premissa de que está bem definido nesta Carta, pelo Espírito Santo, um programa perfeito de salvação como nosso grande objetivo de vida cristã.
Reconhecemos que: “Sobre a carta das Escrituras Gregas Cristãs, escrita pelo apóstolo Paulo aos cristãos em Roma. A autenticidade desta carta, como parte do cânon sagrado, é quase universalmente reconhecida pelos peritos bíblicos, excetuando-se alguns que não conseguiram enquadrá-lo em suas próprias crenças doutrinais. Na realidade, a carta se harmoniza plenamente com o restante das Escrituras inspiradas. De fato, Paulo cita de modo profuso as Escrituras Hebraicas e faz numerosas referências a elas, de modo que se pode dizer que essa carta baseia-se muito solidamente nas Escrituras Hebraicas e nos ensinos de Cristo.” (Meyer, 1998, p. 298).
Ou ainda, comentando a autenticidade da carta aos romanos, um perito bíblico, inglês, comenta: “Num genuíno escrito de S. Paulo a genuínos conversos, isto é o que a ansiedade de convencê-los da sua crença naturalmente produziria; mas há um fervor e uma personalidade, se posso chamar isto assim, no estilo, que uma fria falsificação, creio eu, nunca teria ideado nem suportado.” (apud. Paley, Horae Paulinae, 1790, p. 50. ).
Partindo dessas premissas, é evidente, pela leitura da carta, que ela foi escrita a uma congregação cristã composta tanto de judeus como de gentios. Havia muitos judeus em Roma naquela época; eles retornaram depois da morte do Imperador Cláudio, que os banira de lá algum tempo antes. Nesse contexto opressor sob experiência de perseguição, mas também de esperança concretizada, podemos assim ter uma idéia dessa sociedade e dessa comunidade cristã. Assim, hoje em dia, pelo relativo conhecimento bíblico, especificamente do Velho Testamento, os cristãos podem ter uma idéia básica do que era ser judeu e dado lugar no tempo e no espaço.
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